O vereador Deilson Lopes, conhecido como Gringo, filiado ao Cidadania e integrante da Câmara Municipal de Campo Novo do Parecis, voltou a se envolver em uma polêmica de grande repercussão e gravidade social.
Desta vez, o episódio ocorreu em um grupo de WhatsApp, onde o parlamentar declarou que “compactuava” com um comentário feito por outro integrante do grupo. A mensagem, segundo relatos, fazia insinuações relacionadas à comunidade LGBTQIA+, sugerindo de forma velada que a orientação sexual de um casal poderia estar associada a supostas provocações que teriam motivado uma agressão ocorrida em uma praia.
Além de concordar com o teor da mensagem, o vereador ainda afirmou que evitava se manifestar publicamente sobre o caso por receio de que, ao fazê-lo, “virasse matéria” em páginas de notícias no dia seguinte — declaração que foi interpretada como tentativa de intimidação à imprensa e desrespeito ao papel fiscalizador dos veículos de comunicação.
A conduta gerou forte reação, especialmente pelo fato de o parlamentar se autodeclarar evangélico e frequentemente afirmar que defende valores cristãos, como o respeito, a paz e a dignidade humana. Para críticos, o comportamento expõe uma contradição entre o discurso público e a prática, sobretudo em um contexto em que o combate à homofobia, ao preconceito e à discriminação é respaldado pela Constituição Federal e por decisões do Supremo Tribunal Federal.
Especialistas em direito e representantes da sociedade civil destacam que um vereador, enquanto agente político eleito, deve agir como exemplo, promovendo o diálogo, a tolerância e o respeito às diferenças — e não reforçando estigmas, preconceitos ou narrativas que possam relativizar atos de violência.
O episódio também reacende críticas sobre o preparo do parlamentar para o cargo que ocupa. Nos últimos meses, Deilson Lopes já esteve envolvido em outras controvérsias relacionadas a ataques verbais contra influenciadores, imprensa, membros da sociedade civil e até autoridades do Executivo municipal, comportamento que, segundo observadores, compromete a imagem institucional do Legislativo.
Em um cenário onde se prega cada vez mais a cultura da paz, do respeito e da inclusão, atitudes como essa levantam questionamentos legítimos sobre responsabilidade, ética pública e o real compromisso de representantes eleitos com os princípios democráticos e os direitos fundamentais de todos os cidadãos.
O espaço permanece aberto para manifestação do vereador ou de sua assessoria, em respeito ao direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.







