O projeto do Hospital Municipal de Campo Novo do Parecis, amplamente divulgado durante a gestão do ex-prefeito Rafael Machado, continua sendo motivo de questionamento e desconfiança entre moradores, profissionais da saúde e investidores locais. Anunciado como uma das principais obras estruturantes da administração, o hospital nunca foi iniciado, e até hoje não há explicações oficiais sobre o motivo do abandono do projeto.
Apresentado à época como símbolo de modernização da rede pública de saúde, o hospital chegou a ser divulgado em publicações e eventos oficiais do governo municipal. A gestão realizou diversas viagens e visitas técnicas a outras unidades hospitalares, com o objetivo de conhecer modelos de referência. No entanto, nenhuma obra foi executada, e nenhum relatório público foi divulgado para justificar o desaparecimento da iniciativa — apesar de milhares de reais terem sido gastos.
De acordo com levantamentos do Plantão CNP, recursos inicialmente previstos para a construção do hospital teriam sido redirecionados para outros setores, e parte deles sequer teria passado pela Câmara de Vereadores.
As estimativas preliminares indicam que os valores envolvidos ultrapassam a casa dos R$ 18 milhões. Até o momento, não existem registros públicos que detalhem o total investido em projetos, diárias, consultorias ou deslocamentos técnicos relacionados à proposta.
A equipe do Plantão CNP segue apurando novos dados para trazer mais informações em uma reportagem complementar.
A falta de transparência sobre o destino dos recursos gera preocupação e indignação entre os moradores. A população cobra esclarecimentos sobre quanto foi gasto, quem foram os responsáveis pelas decisões administrativas e por que o encerramento do projeto nunca foi comunicado oficialmente, como se não houvesse necessidade de qualquer explicação pública.
O impacto da promessa não cumprida também atingiu o setor privado. Com o anúncio da construção do hospital, diversos investidores adquiriram terrenos na região do Jardim Milão, acreditando que o local se tornaria um polo de desenvolvimento médico e comercial. Com o abandono da proposta, esses empreendedores amargaram prejuízos significativos, e muitos lotes que seriam destinados a clínicas e consultórios hoje estão tomados pelo mato e pelo abandono.
Nos bastidores políticos, há versões que apontam para divergências internas na antiga gestão, envolvendo o então prefeito e ex-secretários municipais. Um possível rompimento político teria contribuído para o engavetamento do projeto.
Outra versão sugere que o ex-prefeito teria cedido a pressões políticas para favorecer o Hospital Regional de Tangará da Serra, o que acabou prejudicando diretamente a população de Campo Novo do Parecis.
O caso reforça a necessidade de transparência, responsabilidade e fiscalização rigorosa na aplicação dos recursos públicos, especialmente em projetos de grande impacto social, como o da saúde.
A população de Campo Novo do Parecis cobra respostas objetivas e imediatas:
> Onde está o dinheiro do hospital municipal que foi prometido, amplamente divulgado e jamais construído?
Enquanto isso, o município segue dependendo da mesma estrutura hospitalar de anos anteriores, e o sonho de um novo hospital permanece apenas como um símbolo de omissão administrativa e desrespeito à população.
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