novembro 11, 2025
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Onda de violência em Sinop: oito homicídios em quatro dias expõem escalada do crime organizado

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A Polícia Civil de Sinop registrou oito homicídios em apenas quatro dias, entre quarta-feira (5) e domingo (9), em uma sequência de crimes que inclui feminicídio, execuções e disputas entre facções criminosas.

O primeiro caso ocorreu na quarta-feira (5), quando o pedreiro Adilson Neves do Nascimento, de 45 anos, foi morto a golpes de picareta em um residencial da cidade. O principal suspeito é um colega de trabalho, que fugiu após o crime.

“Já identificamos o autor e vamos representar pela prisão. Ainda não sabemos a motivação, mas o caso será esclarecido”, afirmou o delegado Bráulio Junqueira.

Na quinta-feira (6), a jovem Jthessica Barbosa Lima, de 24 anos, foi assassinada a facadas pelo companheiro, Sebastião Goiabeira Miranda, de 35, que cometeu suicídio logo em seguida. O caso foi registrado como feminicídio seguido de suicídio.

Horas depois, na mesma noite, o motorista de aplicativo Luciano Alves da Silva, de 20 anos, foi encontrado morto em uma área de mata às margens da Estrada Alzira. Ele havia sido sequestrado no dia anterior.

“Tudo indica que foi uma tentativa de roubo. Houve algum desentendimento e a vítima acabou sendo morta”, explicou o delegado.

O principal suspeito pelo crime era o adolescente Wilha dos Santos Galvão, de 17 anos.

Três dias depois, no domingo (9), Wilha foi encontrado morto ao lado de Gabriel Silva dos Santos (16) e Igor Silva Sousa (18). Os três corpos estavam juntos e apresentavam sinais de execução. Um bilhete deixado no local reforçava a suspeita de retaliação ordenada por facção:

“Não rouba na quebrada, não maltrata morador, vida inocente paga com vida.”

Enquanto a polícia ainda registrava a ocorrência, outro corpo foi encontrado às margens de uma estrada. A vítima era Lucas Rafael Martignago, de 33 anos, desaparecido desde sábado (8). O carro que ele usava — um Gol branco do irmão — havia sido utilizado horas antes em outro homicídio, o de Diego Pereira Abreu, morto com um tiro na cabeça dentro do veículo.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que as quatro mortes de domingo estejam diretamente relacionadas e tenham sido uma “punição interna” da facção Comando Vermelho pela morte do motorista de aplicativo.

“Há fortes indícios de que as quatro mortes de domingo foram uma resposta da facção ao assassinato não autorizado de Luciano”, afirmou o delegado responsável.

O pai de uma das vítimas, Igor Sousa, relatou ainda que outro filho está desaparecido, o que aumenta o clima de tensão na cidade.

As investigações continuam, e a polícia busca identificar todos os envolvidos nas execuções e na cadeia de crimes que resultou nessa onda de violência sem precedentes em Sinop.

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