A Polícia Federal concluiu a perícia contábil que analisa a gestão da Unimed Cuiabá no exercício de 2022 e confirmou um déficit aproximado de R$ 400 milhões, valor já apontado pela atual diretoria da cooperativa. O documento, finalizado em outubro e tornado público apenas nesta semana, sustenta que o balanço apresentado pela antiga administração continha manipulações que mascaravam a real situação financeira.
Além do ex-presidente, também são réus no processo ex-integrantes do corpo diretivo. O laudo encerra uma disputa interna marcada por versões divergentes sobre a existência ou não do prejuízo e valida como legítimo o balanço reapresentado após auditoria externa independente.
A perícia detalha que o demonstrativo anterior que apontava superávit, continha distorções relevantes. Entre as irregularidades citadas estão registros de receitas sem origem comprovada, deslocamento de despesas para outros exercícios e cancelamento indevido de pagamentos a prestadores, práticas que, segundo os peritos, criaram um cenário artificial para favorecer a permanência do grupo à frente da cooperativa.
O documento destaca ainda que as inconsistências não decorreram de falhas operacionais, mas de um ambiente de disputa intensa pelo comando da instituição.
Com a retirada do sigilo, o laudo passa a ser uma das principais peças do processo que apura supostos crimes ligados à administração da cooperativa.
O ex-presidente enviou nota na qual contesta as conclusões da atual gestão, afirma que o laudo não teria analisado todas as informações e defende que não há comprovação de práticas financeiras ilícitas. Ele também critica a condução administrativa e acusa a diretoria de reter documentos e manipular informações para influenciar cooperados.






