Em um momento em que a população de Campo Novo do Parecis clama por melhorias urgentes na saúde pública e em outros serviços essenciais, a Câmara Municipal segue em direção contrária ao sentimento popular. Mesmo com o município enfrentando dificuldades para modernizar o hospital municipal, implantar leitos de UTI e criar uma ala de hemodiálise, os vereadores aprovaram o aumento no número de cadeiras, que passa de 9 para 13 parlamentares.
A decisão, tomada há poucos meses, embora amparada pela Constituição, gera preocupação quanto às prioridades do uso dos recursos públicos. O acréscimo de quatro vereadores representa não apenas mais salários, mas também novas despesas com diárias, assessores, estrutura física e mobiliário, elevando em quase 40% os custos operacionais do Legislativo. Recursos que, segundo parte da população, poderiam ser destinados à saúde e infraestrutura.
Enquanto o Executivo municipal tenta equilibrar as contas e garantir serviços básicos, o aumento de despesas no Legislativo é visto como um contrassenso diante da realidade enfrentada por quem depende do SUS local — filas longas, falta de médicos e estruturas precárias.
O sentimento que ecoa entre os moradores é de indignação:
“De onde virá esse dinheiro, senão do cidadão? E a que custo para uma cidade que já luta para manter equilíbrio fiscal?”, questionam internautas nas redes sociais.
Para muitos, a ampliação do número de cadeiras mostra mais uma vez a distância entre os representantes e o povo. Em vez de priorizar as demandas sociais, a Câmara parece reforçar uma estrutura que privilegia interesses políticos internos, mantendo-se alheia à realidade das ruas.
E no fim, como de costume, a culpa acabará recaindo sobre o prefeito, enquanto o contribuinte continua pagando a conta — e esperando por um atendimento digno na saúde pública.






