Curitiba, PR – O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) se viu no centro de uma intensa polêmica nesta quarta-feira, 19 de novembro de 2025, após se envolver em uma troca de agressões físicas com um homem não identificado na Rua Vicente Machado, no centro da capital paranaense. Vídeos do incidente circularam amplamente nas redes sociais, mostrando o parlamentar com ferimentos visíveis no rosto, incluindo um nariz fraturado.
Em sua manifestação após o ocorrido, o deputado alegou ter sido vítima de uma agressão com motivação racista e ideológica, agindo em legítima defesa. De acordo com Freitas, ele, um assessor e uma amiga atravessavam a rua quando um veículo quase os atingiu. O condutor do carro teria, então, saído do veículo, iniciando provocações e o perseguindo por algumas quadras. O parlamentar afirmou que o homem iniciou o confronto físico, e que ele apenas reagiu aos ataques. Relatos indicam que, durante a confusão, o agressor proferiu frases como “Não é você o famosinho?” e chamou o deputado de “vereador do PSOL”, evidenciando, segundo a assessoria de Freitas, o caráter político e racial do ataque, ocorrido às vésperas do Dia da Consciência Negra.
As imagens que se espalharam mostram momentos da briga, com o deputado desferindo chutes e, em seguida, recebendo um soco no rosto que resultou na fratura de seu nariz. Em outro momento, os dois envolvidos trocam golpes enquanto atravessam uma faixa de pedestres, sendo separados por populares.
A repercussão do caso foi imediata. A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) confirmou ter recebido ao menos quatro representações por quebra de decoro parlamentar contra Renato Freitas. Deputados de oposição e o Movimento Brasil Livre (MBL) estão entre os que formalizaram os pedidos, defendendo que a conduta do parlamentar em via pública é incompatível com a dignidade do cargo. A Alep informou que os documentos serão encaminhados ao Conselho de Ética da Casa, que é a instância competente para analisar a conduta do deputado e decidir sobre a abertura de um processo disciplinar. O Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná divulgou nota de solidariedade a Freitas, repudiando o ataque e classificando-o como racista e parte de uma violência política.
Não é a primeira vez que Renato Freitas enfrenta questionamentos sobre sua conduta parlamentar. Em agosto de 2024, ele teve o direito de discursar nas sessões da Assembleia suspenso por 30 dias, após o Conselho de Ética entender que ele colaborou com a invasão de manifestantes na Casa em junho do mesmo ano. Anteriormente, em seu mandato como vereador em Curitiba (2021-2022), Freitas teve o mandato cassado pela Câmara Municipal, decisão posteriormente anulada por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Civil do Paraná informou que está apurando o caso recente. O deputado, por sua vez, registrou um boletim de ocorrência e expressou arrependimento pela repercussão, mas reafirmou sua ação em legítima defesa.
FONTE: Reporter MT







