CAMPO NOVO DO PARECIS, Em um discurso duro, direto e sem rodeios na tribuna da Câmara Municipal, o vereador Djonathan Baioto deixou claro que a CPI do Hospital Municipal não será simbólica nem política, mas uma investigação profunda, técnica e sem concessões. Presidente da comissão, Baioto afirmou que a CPI nasce do clamor popular e do dever constitucional do Legislativo de fiscalizar, independentemente de interesses, nomes ou pressões.
Segundo o vereador, todo o processo começou a partir de um ofício entregue pessoalmente por Fábio, familiar diretamente afetado por uma tragédia envolvendo atendimento de saúde no município. O documento solicitava respostas formais sobre a atuação do Hospital Municipal, hoje administrado pelo Instituto São Lucas. A partir disso, Baioto destacou que não houve omissão: o pedido foi acolhido e transformado em ação concreta.
“Esse ofício não chegou pelas mãos da Câmara, chegou pelas mãos do Fábio. E a partir disso, nós corremos atrás”, afirmou.
O parlamentar fez questão de reconhecer publicamente a atuação do vereador Dr. Andrei, relator da CPI, ressaltando que o conhecimento técnico do colega foi decisivo para que a comissão se tornasse realidade. Segundo Baioto, dúvidas legítimas existiam entre os vereadores, mas foram superadas após explicações técnicas claras sobre o funcionamento da saúde pública e dos procedimentos hospitalares.
“Quem entende de saúde sabe explicar saúde. O Dr. Andrei é médico, já trabalhou dentro do hospital, conhece o sistema por dentro. Foi essencial para que os colegas mudassem o entendimento e assinassem a CPI”, afirmou.
Djonathan Baioto também destacou que a abertura da CPI ocorreu mesmo diante de forte repercussão na cidade, manifestações públicas, pressão nas redes sociais e movimentações políticas nos bastidores. Ainda assim, reforçou que a comissão não se move por medo nem por conveniência.
A CPI foi formada com Baioto como presidente, Dr. Andrei como relator e o vereador Gringo como membro. O prazo inicial de investigação é de 60 dias, podendo ser prorrogado, e seguirá correndo inclusive durante o recesso parlamentar.
Em um dos trechos mais contundentes do discurso, o presidente da CPI deixou claro que o objetivo da comissão não é proteger ou atacar pessoas, mas cumprir o papel do Legislativo. “Se ao final desses 60 dias não encontrarmos nada, não teremos que subir nesta tribuna para pedir desculpas a ninguém. Estaremos apenas exercendo o nosso dever”, declarou.
Baioto também foi enfático ao afirmar que não aceitará interferências externas, pressões políticas ou tentativas de intimidação. “Eu não sou panela. Do jeito que vim, eu volto. Não tenho medo de ninguém. Vamos trabalhar com seriedade, doa a quem doer”, afirmou, sob atenção do plenário.
Ao encerrar, o vereador reforçou que a CPI representa uma resposta direta à população, especialmente às famílias que perderam entes queridos e cobram respostas do poder público. Para ele, abrir a CPI não é um favor, mas uma obrigação diante de mais de mil assinaturas populares e da dor de quem busca justiça.
A fala marcou oficialmente o início de uma das investigações mais sensíveis e aguardadas da história recente da Câmara Municipal, colocando o Hospital Municipal de Campo Novo do Parecis sob escrutínio público e institucional.







