A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta segunda-feira (3), a Operação Sacramento, que investiga um policial penal suspeito de corrupção e facilitação de entrada de celulares no Centro de Detenção Provisória de Pontes e Lacerda. O servidor também é alvo de apuração por comércio irregular de armas e munições.
Ao todo, foram cumpridas seis ordens judiciais — cinco em Pontes e Lacerda (quatro de busca e apreensão e uma de prisão preventiva contra o principal investigado) e uma em Cuiabá, voltada a outro servidor suspeito de envolvimento no esquema.
A Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) acompanha o caso e já instaurou procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta dos dois policiais penais.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, as apurações indicam que o servidor negociou e recebeu dinheiro para permitir a entrada de um aparelho celular destinado a um detento específico. As conversas teriam sido intermediadas por pessoas de fora da unidade prisional.
O suspeito já havia sido alvo da Operação Assepsia, deflagrada em março deste ano, que apurava a venda de acesso à internet dentro do presídio. Na ocasião, ele chegou a ser preso e atualmente usa tornozeleira eletrônica. A nova operação surgiu a partir de informações obtidas durante aquela investigação.
As autoridades também apuram o comércio clandestino de armas e munições, envolvendo calibres restritos, pistolas, fuzis e revólveres. Um segundo policial penal, lotado em Cuiabá, seria responsável pelo fornecimento do armamento para o servidor de Pontes e Lacerda.
O nome “Sacramento” foi escolhido em referência ao fato de o investigado atuar, além da função pública, como líder religioso, o que, segundo a Polícia Civil, representa uma contradição simbólica com os crimes investigados.







