Um dos episódios políticos que mais repercutiram em Cuiabá neste ano foi o afastamento de vereadores da Câmara Municipal durante a Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil para investigar um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina para aprovação de projetos legislativos.
A operação teve como principais alvos os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), afastados das funções públicas por decisão judicial. As investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção apontam que ambos teriam solicitado propina a um então funcionário da empresa HB20 Construções, responsável pelas obras do Contorno Leste.
Segundo a apuração, o pagamento seria condição para articular na Câmara a aprovação de um projeto de lei que viabilizou o repasse de R$ 4.849.652,46 da Prefeitura de Cuiabá à empresa. À época, Chico 2000 presidia a Mesa Diretora e detinha forte influência sobre a pauta de votações. A propina teria sido paga ao Sargento Joelson, no valor total de R$ 250 mil, sendo R$ 150 mil via Pix e R$ 100 mil em dinheiro.
Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos parlamentares, analisou computadores da Câmara e imagens do circuito interno de segurança. Como medida cautelar, a Justiça chegou a proibir os vereadores de frequentarem o Legislativo.
A denúncia que deu origem à investigação foi apresentada pelo atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), ainda quando exercia mandato de deputado federal.
Apesar do afastamento inicial, decisões judiciais posteriores autorizaram o retorno dos parlamentares aos cargos. Chico 2000 voltou à Câmara após cerca de quatro meses afastado, enquanto Sargento Joelson também obteve habeas corpus favorável, encerrando a atuação dos suplentes.
O caso reforçou o desgaste da imagem da Câmara Municipal de Cuiabá, frequentemente associada a escândalos e investigações, e conhecida nos bastidores como “Casa dos Horrores”. Mesmo com o inquérito ainda em andamento e sob sigilo, a Operação Perfídia aprofundou a desconfiança da população em relação ao Legislativo da capital.
FONTE: REPORTER MT







