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Rondonópolis vira palco de corrida por megainvestimentos em etanol de milho

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O que começou como uma possível parceria estratégica acabou se transformando em uma disputa direta entre dois gigantes do agronegócio brasileiro. Rondonópolis, um dos principais polos do setor no país, pode receber nos próximos anos mais de R$ 5 bilhões em investimentos em usinas de etanol de milho, com projetos separados da Amaggi e da Inpasa.

De um lado, a Amaggi estuda instalar uma usina no município, onde já mantém operações consolidadas e uma área reservada para o projeto. A companhia já teria iniciado os trâmites para obtenção de licenças ambientais, embora ainda não confirme oficialmente o investimento, estimado em cerca de R$ 2,5 bilhões.

Do outro, a Inpasa anunciou oficialmente a construção de sua décima unidade industrial em Rondonópolis. O projeto, que contará com R$ 2,77 bilhões em recursos próprios, prevê o processamento anual de 2 milhões de toneladas de milho, com produção de 1 bilhão de litros de etanol, além de DDGS e óleo. A expectativa é que a operação comece no início de 2027.

Os números são praticamente os mesmos de um projeto anunciado em agosto, quando Amaggi e Inpasa planejavam formar uma joint venture para construir ao menos três usinas em Mato Grosso. Além de Rondonópolis, Campo Novo dos Parecis e Querência estavam no radar. Cada planta exigiria investimentos na casa dos R$ 2,5 bilhões.

A parceria, no entanto, foi descartada em outubro, após divergências relacionadas à governança do empreendimento. A decisão frustrou expectativas em diversos municípios, mas em Rondonópolis o cenário ganhou nova proporção: em vez de um grande projeto conjunto, a cidade pode receber dois investimentos bilionários independentes.

Com forte presença na região, a Amaggi conta com estrutura própria de produção, originação de grãos e biomassa. Na safra 2023/2024, a empresa colheu mais de 400 mil toneladas de milho em lavouras próprias e comercializou mais de 18 milhões de toneladas de commodities agrícolas por meio de sua rede de produtores.

A Inpasa, por sua vez, aposta na logística privilegiada de Rondonópolis, que é atendida pela Ferrovia Norte-Sul e cercada por ampla oferta de biomassa. Segundo a companhia, isso garante facilidade no abastecimento da futura planta.

Além do projeto em Rondonópolis, a Inpasa confirmou outros aportes em Mato Grosso. A empresa vai investir cerca de R$ 700 milhões na ampliação da usina de Nova Mutum, adicionando mais 1 milhão de toneladas à capacidade de processamento a partir de 2026.

A companhia também avança com novos projetos na Bahia e em Goiás, o que deve elevar sua capacidade produtiva em cerca de 50%, alcançando 8,6 bilhões de litros de etanol por ano quando todas as unidades estiverem concluídas.

Com isso, Rondonópolis deixa de ser apenas o cenário de uma parceria frustrada e passa a ocupar o centro de uma disputa estratégica que pode redefinir o mapa do etanol de milho no Brasil.

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