Uma sessão na Câmara Municipal de Pedra Preta, realizada nesta segunda-feira (25), foi palco de um grave episódio de violência política de gênero. O vereador Gilson dirigiu palavras de cunho misógino contra a prefeita Iraci Ferreira de Souza (PSDB), chamando-a de “cachorra viciada” e exigindo que ela “tomasse vergonha na cara”, em referência a supostos pedidos de voto em assentamentos.
As declarações rapidamente ganharam repercussão e provocaram forte indignação em todo o estado de Mato Grosso.
Condenação e repercussão estadual
A atitude do parlamentar foi veementemente condenada por diversas lideranças políticas e sociais. A primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, classificou as falas como violência política de gênero e defendeu a responsabilização do vereador:
“É inaceitável que uma mulher, eleita democraticamente para governar, seja alvo de ofensas e desrespeito. Esse tipo de postura não agride apenas a prefeita Iraci, mas todas as mulheres que lutam por espaço e respeito na política”, declarou.
Virginia Mendes também enfatizou o caráter misógino das palavras de Gilson, expressando solidariedade à prefeita.
“Me solidarizo com a prefeita Iraci e me compadeço com a dor da ofensa proferida contra ela. Nenhuma mulher deve ser submetida a esse tipo de violência verbal. Toda forma de ataque misógino deve ser combatida com firmeza, pois silenciar ou deslegitimar mulheres na vida pública é um retrocesso que não podemos tolerar”, reforçou.
Debate sobre violência política de gênero
O episódio acende um alerta para a necessidade de intensificar o combate à violência política e ao machismo nos espaços de poder, reafirmando a importância da ética, da responsabilidade e do respeito no debate público.
A cobrança por medidas legais e disciplinares contra o vereador deverá marcar os próximos desdobramentos do caso, que já ganhou dimensão além do município de Pedra Preta e se tornou um tema de discussão estadual.