
Durante sessão na Câmara Municipal de Campo Novo do Parecis, realizada na última segunda-feira (24), o vereador Deilson Lopes utilizou a tribuna para relatar denúncias e reclamações de prestadores de serviço e pais de crianças atendidas pela AMPARA (Associação de Mães, Pais e Amigos em Respeito aos Autistas).
Segundo ele, a entidade enfrenta problemas administrativos graves, que resultaram em atrasos salariais, suspensão de atendimentos e falta de transparência na prestação de contas.
De acordo com os relatos apresentados pelo vereador, os atrasos no pagamento dos profissionais começaram em outubro de 2024, sem qualquer justificativa clara. A administração da AMPARA teria informado que o motivo seria a demora da prefeitura municipal em efetuar os repasses, o que levou à paralisação das atividades no dia 1º de dezembro. Os trabalhadores, no entanto, alegam que não receberam nenhuma explicação formal, nem mesmo uma reunião oficial para discutir a situação.
A ausência de comunicação e a falta de previsibilidade nos pagamentos afetaram diretamente os profissionais, que ficaram sem renda e, em alguns casos, enfrentaram dificuldades financeiras graves, incluindo dificuldades para pagar aluguel e despesas básicas. Diante da situação, alguns buscaram meios jurídicos para garantir seus direitos.
Somente após cobranças extrajudiciais, a diretoria da AMPARA convocou uma reunião no dia 13 de março deste ano, mas sem apresentar soluções concretas.Além das dificuldades enfrentadas pelos profissionais, pais e responsáveis também manifestaram preocupação com a interrupção dos atendimentos, que pode prejudicar o desenvolvimento das 51 crianças cadastradas na associação.
A falta de terapias e assistência pode impactar diretamente a qualidade de vida dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).Outro ponto destacado na denúncia envolve a administração da entidade, que, segundo o vereador, vem enfrentando problemas internos, incluindo a falta de comunicação com as famílias e a ausência de transparência na gestão dos recursos públicos.
Algumas mães foram inseridas de forma indireta em cargos dentro da entidade, sem votação democrática, para auxiliar nas demandas emergenciais da associação.A AMPARA, que sempre teve um papel fundamental no atendimento de crianças com TEA no município, agora enfrenta uma crise administrativa que tem impactado diretamente os profissionais, famílias e, principalmente, as crianças atendidas. A expectativa é que medidas sejam tomadas para garantir a transparência da instituição e a retomada dos serviços essenciais.